Compartilhamento de carros elétricos pode piorar poluição do ar e problemas de tráfego, segundo pesquisa

Uma pesquisa interessante levanta a possibilidade de que o compartilhamento de veículos elétricos possa piorar a poluição do ar e os problemas de tráfego. Embora os veículos elétricos sejam vistos como uma solução para os problemas ambientais causados pelos carros a gasolina, a pesquisa sugere que eles podem não resolver todos os danos causados pelos veículos movidos a combustíveis fósseis.

Publicado na revista Environmental Science & Technology, o estudo destaca que a eletrificação de empresas de transporte em rede, como Uber e Lyft, pode levar a um aumento no tráfego congestionado, pois esses veículos precisam percorrer distâncias extras entre as estações de recarga.

Em termos técnicos, isso é conhecido como “deadheading”, quando os veículos, como caminhões de carga, estão viajando com reboques vazios. No caso de uma frota eletrificada enfrentando altos níveis de deadheading, isso pode resultar em problemas de tráfego, especialmente em áreas urbanas.

E não para por aí

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Além disso, a falta de carregadores rápidos, tão amplamente disponíveis quanto os postos de gasolina, significa que os veículos elétricos precisam viajar distâncias maiores a cada recarga em comparação com veículos a gasolina, segundo Parth Vaishnav, autor sênior do estudo e professor assistente na Escola de Estudos Ambientais e de Sustentabilidade da Universidade de Michigan.

As consequências diretas do aumento do tráfego congestionado causado pelos veículos elétricos incluem congestionamento de tráfego mais intenso, maior risco de acidentes e aumento do ruído. Em termos quantitativos, os riscos de congestionamento, colisões e ruídos aumentam em cerca de 2% a 3% a cada viagem. Curiosamente, a pesquisa também revelou uma descoberta notável em termos de redução de custos.

No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa é baseada em uma ferramenta de modelagem de simulação chamada AgentX, que utiliza dados reais de viagens de veículos elétricos de empresas de transporte em rede, em Chicago, entre 2019 e 2022.

Embora haja benefícios comprovados na eletrificação da frota, a pesquisa destaca algumas ressalvas. Por exemplo, observa-se que as viagens eletrificadas reduzem as emissões de gases de efeito estufa em até 40-45% (o que equivale a uma economia de até US$ 0,1 por viagem). No entanto, existem variáveis relacionadas ao ciclo de vida dos veículos elétricos que podem levar a um aumento de 6% a 11% na poluição do ar.

Que tipo de poluição?

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Os principais fatores de poluição do ar identificados foram partículas e óxidos de enxofre e nitrogênio, que estão relacionados às usinas de energia a combustíveis fósseis que fornecem eletricidade para as estações de carregamento de veículos elétricos. O foco da pesquisa foi nos aplicativos de compartilhamento de viagens que geralmente realizam mais viagens do que um carro comum, seja eletrificado ou não.

É importante ressaltar que os resultados podem variar de estado para estado, dependendo das redes elétricas e das infraestruturas rodoviárias específicas de cada região. Os dados utilizados no modelo de simulação são baseados nos padrões de viagem de veículos elétricos em Chicago, que é uma região com um grande volume de viagens, registrando uma média de 300.000 viagens diárias mesmo durante a pandemia.

Conclusão

No geral, a pesquisa indica que um ecossistema eletrificado de transporte compartilhado poderia reduzir os danos totais à sociedade em cerca de 3% por viagem, resultando em uma economia anual de aproximadamente US$ 1,5 milhão para a cidade de Chicago.

Embora a eletrificação seja uma conquista modesta, é importante destacar que a redução efetiva da dependência de veículos em geral teria um impacto mais significativo. Em última análise, a minimização dos impactos ambientais depende da redução da distância total percorrida, o que só pode ser alcançado por meio de uma infraestrutura de transporte público aprimorada.

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