Peugeot se despede do motor 1.6 flex no Brasil: Fim de uma era
Após quase duas décadas de presença marcante no mercado brasileiro, a Peugeot anuncia o adeus definitivo ao motor 1.6 EC5, uma das unidades mais emblemáticas que já equipou diversos modelos das marcas Peugeot e Citroën. A Stellantis, grupo responsável pelas duas montadoras, confirma que a produção do motor continuará apenas para exportação, mas o seu futuro é incerto, diante dos investimentos focados em novas tecnologias e modelos mais eficientes.
O Motor 1.6 EC5: Uma História de Quase 20 Anos
O motor 1.6 EC5 fez sua estreia no Brasil em 1998, quando equipava o icônico Peugeot 206, que ainda era importado na época. Desde então, o propulsor passou por uma série de modificações ao longo dos anos, para atender às exigências tecnológicas e ambientais. O motor se tornou conhecido por seu desempenho confiável e eficiência, ganhando espaço em modelos populares da Peugeot e Citroën, sendo adotado em versões de veículos como o Peugeot 207, 208, 2008 e o Citroën C3 e C4 Cactus.
No entanto, a competitividade crescente e a chegada de novas tecnologias, como os motores turbo e híbridos, impulsionaram a Stellantis a redirecionar seus esforços para conjuntos mais modernos. Isso faz parte de uma estratégia que visa a inovação e o aumento da eficiência energética .

(Divulgação)
O Fim da Produção no Brasil
A descontinuação do motor 1.6 flex já vinha sendo especulada há algum tempo, mas a decisão se confirmou com a chegada dos novos modelos da Peugeot, como o 208 2025, que deixará de oferecer a versão com o motor 1.6 aspirado, ficando restrito ao 1.0 aspirado e 1.0 turbo. O SUV 2008 também abandonou o motor 1.6 em suas versões mais recentes, sinalizando o fim dessa era.
O Citroën C4 Cactus, que ainda utiliza o motor 1.6 EC5, também está com seus dias contados na linha de produção. Nos próximos meses, a fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro, dará lugar à produção do novo SUV cupê Basalt, eliminando assim mais um modelo equipado com o motor 1.6.
| Modelos que Utilizavam o Motor 1.6 EC5 | Status Atual |
|---|---|
| Peugeot 206 (1998) | Descontinuado |
| Peugeot 208 (Versão Roadtrip 2024) | Descontinuado |
| Peugeot 2008 | Descontinuado |
| Citroën C4 Cactus | Em Fase Final de Produção |
| Citroën C3 | Não utiliza mais o motor 1.6 |
Investimentos em Novas Tecnologias
Enquanto o motor 1.6 flex se despede do mercado brasileiro, a Stellantis está de olho no futuro. Com um investimento de R$ 454 milhões na fábrica de Betim (MG), a empresa vai aumentar a produção de motores mais modernos, como os 1.0 e 1.3 GSE turbo, além dos aspirados Firefly. A chegada de versões Bio-Hybrid também reforça a transição da empresa para soluções mais sustentáveis e eficientes.
Esses motores, além de serem mais leves e potentes, estão alinhados às tendências globais de redução de emissões de poluentes e maior eficiência energética. A Stellantis aposta em uma linha de propulsores que garantem desempenho superior e consumo mais baixo, com foco na transição energética e na eletrificação parcial de seus veículos.
O Que Vem a Seguir para a Stellantis?
A substituição do motor 1.6 EC5 pelo novo portfólio de motores é um movimento estratégico que acompanha o crescimento da demanda por veículos mais econômicos e ecológicos. A fábrica de Betim, que já é um importante polo de produção, terá um papel crucial na entrega dessas novas tecnologias.
Os motores Firefly e GSE são apontados como a base do futuro da Stellantis no Brasil, tanto para os modelos compactos quanto para os SUVs, além de possíveis variantes híbridas que devem chegar ao mercado nos próximos anos.
| Novo Portfólio de Motores Stellantis | Características |
|---|---|
| 1.0 GSE Turbo | Motor compacto, eficiente e potente |
| 1.3 GSE Turbo | Oferece mais potência para SUVs e veículos maiores |
| 1.0 Firefly Aspirado | Focado em economia de combustível |
| 1.3 Firefly Aspirado | Versão aspirada para modelos compactos e intermediários |
| Bio-Hybrid | Nova linha híbrida, com foco em eficiência e sustentabilidade |
A Exportação: Último Refúgio do Motor 1.6?
Mesmo com o fim da produção do motor 1.6 flex para o mercado brasileiro, a Stellantis continuará produzindo essa unidade para exportação, especialmente para países como a Argentina, onde modelos como o Citroën Aircross ainda utilizam esse motor. No entanto, com o avanço das tecnologias mais modernas, é possível que a produção do motor 1.6 seja totalmente descontinuada nos próximos anos.
O Legado do Motor 1.6 EC5
O motor 1.6 EC5 deixa um legado importante no mercado brasileiro. Equipando uma série de modelos populares, ele foi responsável por oferecer desempenho confiável e acessível para uma grande parcela de consumidores. No entanto, o avanço das tecnologias e as demandas por maior eficiência fazem com que sua descontinuação seja um passo natural no caminho da evolução automotiva.
Agora, o futuro da Peugeot, Citroën e outras marcas do grupo Stellantis no Brasil passa pela eletrificação, motores turbo e soluções híbridas, alinhadas às tendências globais que buscam reduzir o impacto ambiental e oferecer mais inovação e tecnologia aos motoristas.
Com isso, encerramos uma era, mas damos as boas-vindas ao futuro da mobilidade. A Peugeot, assim como outras marcas do grupo Stellantis, continua a se reinventar para atender às novas demandas do mercado e às necessidades dos apaixonados por carros.
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